sábado, 23 de janeiro de 2010

Certo é largar tudo e ir pro Haiti?

Tinha um texto xerocado em cima do painel do carro. Estava precisando ler coisa qualquer que viesse, quando olhei a cópia, era um capitulo chamado certo e errado, que foi uma das leituras da segunda etapa da UFMG.

Estava na mesa do café, quando decidi que talvez alguma coisa boa pudesse vir daquelas palavras. Lí então sobre o conceito de certo e errado e as razões que nos levam a agir, no livro: uma breve introdução à filosofia, de Tomas Nagel. O que nos faz sentir bem nos impulsiona, determinações religiosas e sociais também. Podemos nos sentir bem agindo ou pensando de forma diferente do que a razão determina certo. Podemos agir de acordo com a tradição e isso nos trazer infelicidade ou sermos realizados e estarmos em paz.

Então veio uma análise das variações que o "certo e errado" sofrem de cultura à outra, o conceito no tempo, além dos pontos de vista individuais. Cada um toma pra sí o que considera certo, tendo em sí e em suas experiências as fontes de uma verdade pessoal, somados aos costumes da sociedade onde se está inserido e do tempo em que se vive. O certo no presente deixa muito passado errado e os costumes são repensados de geração em geração. Assim, o que deveria nos motivar já que o conceito de certo e errado sofre tantas variações?

"Não haverá um único certo e errado porque, se os motivos básicos das pessoas diferem, não haverá nenhum padrão básico de comportamento que todos encontrem razões para seguir" Tomas Nagel, "uma breve introdução a filosofia"

O autor fala sobre a motivação que vem da satisfação de se fazer algo, e como esse prazer motiva nossas ações e nos justificam internamente, ou seja, o que me faz bem é certo. Agir considerando nosso interesse pessoal em ser feliz pode também gerar transtornos. O autor, explora o conceito "não faça ao outro o que não gostaria que fizessem a você". Seguindo a risca, faremos ao próximo somente o que gostaríamos que fizessem a nós, mas o que gostaríamos que fizessem a nós é o que o outro gostaria que fizessem a ele? Cada Um é único em suas escolhas e preferências. Se aplica bem nos casos onde o que se avalia é o respeito a integridade física alheia, como não roubar, matar etc. Evitar que causemos transtornos emocionais ao outro a medida que fazemos nossas escolhas é mais complicado. Por muitas vezes causamos dor e danos sem nos darmos conta. E como saber se o que o outro acha bom pra sí realmente o é? Saberemos se a dor que causamos é momentânea ou conduzirá a algo melhor? Me perderia aqui em inumeráveis questionamentos.

Explora também o conceito da imparcialidade, que seria viver em sentimento de total igualdade, ou seja, não agir de maneira preferencial sobre o outro. Se somos iguais, é certo que o nosso interesse deva ser preferencial ao do outro? Uma forma altruísta de viver difícil de ver ser aplicada! É não se considerar especial de nehuma forma que lhe dê melhores direitos de vida que qualquer outro cidadão, que pode ser um total desconhecido. É largar tudo e ir pro Haiti agora.

As variações do certo e errado, as razões que temos para agir, os padrões que devemos ou não seguir, me faz lembrar um espetáculo que assisti no festival Internacional de Teatro de Curitiba, há dois anos: Clarisse Niskier, no monólgo do livro do "A alma Imoral", do rabino Nilton Bonder. Fala do rompimento as tradições em favor do que a alma deve experenciar, de não trair a sí mesmo em favor de seguir dogmas e tradições. Para Bonder, a alma é o elemento do próprio corpo que está comprometida com alternativas fora deste corpo. E, enquanto o corpo forja a moral para garantir sua preservação através da procriação, a alma engendra transgressões. Um livro de profundo impacto na reflexão sobre o certo e o errado, a obediência e a desobediência, as fidelidades e as traições. Recomendo a peça e a leitura!

Deixo então a reflexão, vamos seguir tentando encontrar o equilíbrio entre a minha existência e a sua, e assim, tornamos essa teia mais forte e amorosa.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Bateu saudade do blog!

Tento postar com uma certa reglaridade mas é algo meio complicado... Escrever é pra mim um prazer, então só escrevo qdo gosto do que tenho pra falar.

Mas to sentindo coisa boa vindo por aí.

Lembre-se: Vc se torna Um com seus sentimentos, pensamentos, palavras e ação! Orai e vigiai!